CRIMINALIDADE ESCRAVA EM FRANCA

      Este livro, publicado em 2005, reproduz uma tese de mestrado. Trata-se de um estudo sobre os delitos praticados por escravos no município de Franca, entre 1830 e 1888. Recorrendo a fontes secundárias e primárias, como leis e processos criminais do século 19, Ricardo A. Ferreira deslinda as relações entre cativos e outros grupos sociais, visando traçar um perfil da criminalidade escrava em Franca.
       Diferindo de outras áreas do Sudeste, Franca não possuía grandes plantações de café (plantations) destinadas à exportação, mas uma economia rural voltada para o consumo e o abastecimento internos. Por abrigar uma pequena população cativa, a cidade nunca chegou a apresentar os altos níveis de criminalidade escrava observados em outros lugares, como Campinas e Taubaté.
        Em Franca era comum, por exemplo, os cativos associarem-se a pessoas livres para executar os mais variados delitos: furtos, pequenos golpes, surras e assassinatos encomendados, estupros, etc. Devido à semelhança entre os crimes praticados e às associações delituosas entre cativos e trabalhadores livres, o autor deduz que existia uma "amalgamação cultural dos costumes, práticas e estratégias de sobrevivência das pessoas que compunham tais grupos".


Comentários