UM HOMEM E DUAS MORTES
Ela narra os últimos eventos que sucedem a morte de Quincas Berro D´Água, um vagabundo renegado pela própria família. Antes, porém, de passar a viver nos becos e ladeiras obscuros de Salvador, festejado por bêbados e malandros, Quincas era Joaquim Soares da Cunha, um pai e funcionário público honrado, prezado pelos parentes e amigos. A virada existencial que o faz deixar sua casa e passar a viver à toa, à margem da sociedade, dá-se aos 50 anos.
Essa novela é um exemplo notável do que se convencionou chamar de "literatura carnavalizada". De acordo com Affonso Romano de Sant´anna, essa literatura celebra a inversão dos costumes, fazendo o "avesso" ocupar o lugar do "certo", fundindo a vida e a morte, o cotidiano e a fantasia. "É a emergência do lado dionisíaco da existência", afirma Sant´anna. "E o chamado 'diálogo dos mortos' é um dos tópicos fundamentais da literatura carnavalizada".
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